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Desafio Intermodal do Recife

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Quem ganhou o Desafio Intermodal 2013?

O primeiro voluntário a completar o percurso entre a Praça da Independência e o Shopping Recife foi Filipe Freitas, que fez o trajeto pedalando sua bicicleta roda fixa em pouco mais de 26 minutos. Já o último foi Fernando Lima, que levou uma hora e 29 minutos caminhando. Mas a organização do DIM propôs um cálculo para discutir não só a velocidade do deslocamento, como também a energia calórica empregada, a emissão de poluentes e o custo de cada veículo, com isso a ordem de classificação é a seguinte.

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Ano passado, a bicicleta passo normal foi considerado o modal mais eficiente. Mas houve uma mudança nos critérios que acabou influenciando o resultado deste ano. “A gente discutiu e passou a considerar o gasto calórico como um fator positivo, por isso a bicicleta rápida acabou ficando à frente em 2013”, explica Daniel Valença, que foi o voluntário em 2012 e participou da organização do evento neste ano.

Para os organizadores do Dim, é importante destacar que o tempo é apenas um dos parâmetros e que os outros são igualmente importantes. Isso porque o DIM busca trazer não só a discussão do que é melhor para a pessoa, como para a sociedade e o meio ambiente. Além disso, o “mais rápido” traz a ideia de velocidade, algo que geralmente é debatido, pois é a velocidade que mata. Estimular mais e mais velocidade pode estimular a piora da segurança.

Quem vai vencer uma edição do Dim não é o mais rápido (pode até acontecer, como foi em 2013), mas sim o modal que preencha quesitos práticos, sociais e ambientais de forma mais equilibrada o possível. A bicicleta passo rápido acabou ficando na primeira colocação da classificação geral. E o cálculo proposto pela organização do Dim teve o skate surpreendentemente ocupando a segunda colocação e o corredor em terceiro.

Evidentemente, para cada pessoa existe uma fórmula de prioridades diferente no seu dia-a-dia, mas a ideia desse método que vem sendo desenvolvido pela organização do Desafio é justamente fazer com que os cidadãos percebam melhor as opções que tem quando vão fazer um trajeto dentro da cidade (seja ele um longo percurso como o realizado entre Boa Viagem e o Centro, cerca de 10 quilômetros, ou mesmo uma simples ida à padaria do bairro).

A ordem de chegada, no entanto, não é desprezada pela organização do Dim. E um resultado que surpreendeu a muitas pessoas que participam do Intermodal desde 2012 foi o fato dos voluntários que fizeram o percurso na intermodalidade bicicleta dobrável + metrô terem chegado em apenas 32 minutos, atrás apenas da bicicleta passo rápido. O fotógrafo Arnaldo Carvalho e o designer Keops Ferraz utilizam essa dobradinha normalmente e apenas repetiram algo que já fazem no dia-a-dia. “Se o percurso fosse maior Arnaldo teria conseguido fazer em um tempo menor que o meu, pois a bicicleta dele tem um aro (da roda) maior que a minha”, comentou Keops, que veio acompanhando o editor de fotografia do Jornal do Commercio durante todo o trajeto.

A organização do Dim decidiu que todos os voluntários deveriam ser acompanhados em 2013, já que em 2012 houve alguns relatos de insegurança principalmente do voluntário que fez andando o percurso entre o metrô e o Shopping Recife. Em relação à primeira edição, a grande mudança foi a chuva que causou impactos em diversos modais. “Eu peguei o ônibus logo na Praça do Diario. Ainda pensei em comprar um guarda-chuva, mas fiz o que faria normalmente na situação e peguei o primeiro que passou”, explica Lorena Maniçoba, que pagou R$3,15 pela passagem do anel B (linha Piedade).

Um dos acompanhantes da bicicleta rápida chegou a ter um pequeno acidente na Avenida Domingos Ferreira, os praticantes de patins disseram que a pista molhada atrapalhou a eles também, houve um acompanhante que acabou não podendo participar na modalidade ônibus, mas a maior perda causada pelas chuvas foi a desistência da voluntária que faria a simulação da situação real de um deficiente físico utilizando o sistema de ônibus do Recife, já que ela estava gripada e não poderia ficar exposta à água.

“Acho que seria importante encontrar deficiente físico que se voluntarie para tornar pública também essa situação em 2014”, disse Lorena Maniçoba, que participou pela primeira vez do Dim. Confira abaixo do vídeo da largada o resultado pela ordem de chegada.

1 – Bicicleta passo rápido (Filipe Freitas) – 26m10s

2 – Bicicleta dobrável + metrô (Arnaldo Carvalho) – 32m01s

3 – Moto (Thiago França) – 33m40s

4 – Skate (Aldenio Alves) – 39m38s

5 – Bicicleta passo normal (Klauber Teixeira) – 41m34

6 – Bicicleta + Barco no Marco Zero (Guilherme Jordão) – 44m32s

7 – Corredor (Tarcizio Gouveia) – 50m30s

8 – Táxi (Cris Lacerda) – 50m33s

9 – Metrô (Amélia Leite) – 53m47s

10 – Carro (Ângela Maria) – 54m46s

11 – Metrô + ônibus (Felipe Boa Viagem) – 55m53s

12 – Patins (Kleverton Cardoso) – 57m17s

13 – Ônibus (Lorena Maniçoba) – 1h14,11s

14 – Pessoa com deficiência visual utilizando o transporte público (Milton) – 1h14m57s

15 – Pedestre (Fernando Lima) – 1h29m

Crédito: A foto dos ciclistas e skatistas é de João Gonçalves. As outras são de Eduardo Amorim. Já o quadro com os resultados foi divulgado pela Ameciclo.

Integrantes do DU participam da organização do II Desafio Intermodal do Recife

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A segunda edição do Desafio Intermodal do Recife será realizada na próxima quinta-feira, dia 12, a partir das 18h, com saída da Praça do Diario. Para quem não lembra, a ideia é fazer um percurso comum para os recifenses no horário de pico, mostrar o tempo gasto e discutir fatores como a poluição de cada modal, pegada ecológica e o custo para os cidadãos. Ano passado, o percurso foi realizado por pessoas à pé, ciclistas, motociclista, de metrô, carro, ônibus, utilizando as intermodalidades e até mesmo de patins.

No Brasil, o mesmo tipo de atividade também é realizado em cidades como o Rio de Janeiro e São Paulo, mas em cada local tem suas peculiaridades. No Recife, a opção diante da boa repercussão do DIM 2012 foi por fazer apenas uma modificação no local de saída (que foi na Avenida Conde da Boa Vista e agora será na Praça do Diario), manter todas as modalidades e incluir cinco que serão testadas pela primeira vez: táxi, skate, cinquetinha (ainda não foi confirmada), pessoa com deficiência visual e cadeirante (utilizando o transporte coletivo).

Na organização do evento, houve também a inclusão do movimento Direitos Urbanos ao lado do Observatório do Recife entre os organizadores do DIM 2013. Até agora, a expectativa é que 16 voluntários se desloquem por trajetos escolhidos por eles mesmos. É importante entender, os participantes do Desafio não são competidores, a organização do primeiro evento começou entre um grupo de amigos e neste ano eles tentaram conseguir apoios e outros voluntários para não repetir os mesmos do ano passado. São pessoas normais, se deslocando como fariam normalmente para ir para a escola, a casa de um amigo ou o trabalho.

Em 2012, o Desafio Intermodal do Recife foi notícia em todos os jornais recifenses, nas mais diversas rádios, gerou projetos especiais na internet e ganhou grandes reportagens de televisão, especialmente depois da prova já que antes da disputa pouca gente acreditava que uma bicicleta pudesse ser mais rápida do que motos e carros nos horários de pico da nossa capital. Mas o mais interessante é que o DIM não termina com a chegada do último a terminar o trajeto, já que após os competidores terminarem o percurso escolhido por eles mesmos e darem seus depoimentos sobre o deslocamento, tem início um estudo para analisar fatores como a emissão de poluentes, o conforto no trajeto e também o tempo gasto.

Desde o ano passado já haviam integrantes do grupo Direitos Urbanos na turma de amigos que organizou o DIM e agora apenas se formaliza a colaboração com o Observatório do Recife. O Desafio Intermodal passa a ter apoio em 2013 da Brisa Comunicação e Arte e da Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo). Em seu segundo ano, o evento ganha mais um importante parceiro e inovou ao solicitar uma contrapartida social: “o Shopping Recife vai apoiar o DIM e está certa a contrapartida da construção de bicicletários nas escolas publicas do entorno, na comunidade onde o Shopping está inserido”, garante o publicitário Fernando Lima, que é um dos voluntários e fará o percurso entre a Praça do Diario e o centro comercial à pé.

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